quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aruba

Deus criou uma obra-prima. E o homem reforçou suas cores

Belezas naturais e infra-estrutura de primeira fazem dessa pequena ilha caribenha um irresistível convite ao ócio

Natália Zonta - O Estado de S.Paulo

Na branquíssima areia da praia, uma fila de espreguiçadeiras de frente para o mar azul-turquesa. Para garantir um diferencial turístico, flamingos desfilam livres, leves e soltos entre os coqueiros da orla. As paisagens de Aruba têm, sim, um inegável jeitão de catálogo de viagem, produzidas e coloridas especialmente para encher os olhos das cerca de 1 milhão de pessoas que procuram a região a cada ano.
Verdade seja dita, a beleza natural dessa pequena ilha do Caribe dispensaria a intervenção humana para atrair visitantes. Mas, no decorrer de seu desenvolvimento turístico, não faltou quem se dispusesse a mover aves cor-de-rosa para uma ilhota particular - a do Hotel Renaissance -, modificando cenários que não precisariam de retoque. Ou de flamingos.
O resultado foi um mix de natureza com infra-estrutura quase impecável que dá ao visitante a sensação de que a ilha é um imenso resort. Quem se aventura para além dos muros dos cinco-estrelas, porém, logo descobre outras paisagens. Algumas até bem diferentes dos tradicionais cartões-postais caribenhos. Caso do Parque Nacional Arikok, com visual desértico.
Lá e também nas principais praias da ilha você poderá descobrir que a língua oficial de Aruba não é o inglês ou o espanhol, idiomas tão falados nos hotéis e nos restaurantes. Mas o holandês e o papiamento, uma rica e divertida mistura de português, espanhol e holandês.
Ok, talvez nem nessas regiões você fique sabendo disso, já que todos fazem questão de falar o idioma dos americanos para serem bem compreendidos. Com alguma disposição para interagir com os animados e receptivos moradores, no entanto, será possível aprender que bon bini significa bem-vindo e danki, obrigado. Hopi hari - como o parque de tradicional diversão paulista -, por sua vez, equivale a rir muito.
Fora dos hotéis e, conseqüentemente, longe do ar-condicionado, você sentirá na pele uma das características mais marcantes de Aruba. Até um brasileiro habituado ao calor do Nordeste vai arder sob o sol. A temperatura média anual é de 28 graus, mas mesmo no inverno os termômetros ficam bem acima dessa marca.
Por lá, é normal o dia raiar e você já estar derretendo. Por isso, passe uma camada extra de protetor solar, sempre tenha uma garrafa d?água e aproveite para ficar o maior tempo possível mergulhado no mar-piscina que cerca a ilha.
MAIS PERTO
O clima árido, a falta de terras férteis e a natureza privilegiada fizeram Aruba se voltar para o turismo. Tanto que o setor hoje é o mais importante para a economia - 85% dos lucros vêm dos visitantes.
O número de brasileiros ainda não chama atenção, principalmente quando comparado ao de americanos, líderes no ranking, com 70% dos estrangeiros. Realidade que a Aruba Tourism Authority (ATA) pretende ver modificada em breve, com a ampliação dos vôos entre São Paulo e Aruba.
Além dos aviões da colombiana Avianca, que passam por Bogotá antes de chegar à ilha, no próximo mês começam a voar as aeronaves da Copa Airlines. O lançamento da rota SP- Panamá-Aruba deve deixar os preços dos pacotes turísticos mais competitivos para a América do Sul. Com isso, a expectativa é de que o número de brasileiros em Aruba cresça cerca de 30% ao ano. E supere rapidamente a marca de 40 mil visitantes verde-e-amarelos, a mais alta, registrada em 1998.
Com idéia fixa de inovar e ampliar o setor que movimenta a vida da ilha, o governo local investiu US$ 350 milhões em melhorias nos hotéis, no terminal de cruzeiros e no aeroporto. Isso apenas no ano passado. Uma interessante estratégia de sedução. Mas não tão interessante quanto o trabalho divino que moldou a ilha.

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